O Caminho para o sucesso das mães empreendedoras
Mulheres estão transformando os desafios da maternidade em oportunidades de negócios, carregando nas mãos os pratinhos equilibrados da carreira e da família
O empreendedorismo feminino no país tem ganhado cada vez mais destaque, a ponto de as mulheres quase se tornarem líderes nos negócios. Segundo uma pesquisa realizada pela Global Entrepreneurship Monitor – GEM, em 2023, dos 47,7 milhões de empreendedores e empreendedoras com intenção de entrar no mercado nos próximos três anos, 54,6% correspondem ao público feminino.
Um dos fenômenos mais fascinantes desse movimento é o impacto da maternidade na decisão de muitas mulheres de iniciarem seus próprios negócios.
A expressão “nasce um bebê, nasce uma empreendedora” traduz um sentimento comum entre muitas mães: a necessidade de reinventar suas trajetórias profissionais para equilibrar o trabalho e a maternidade, sem abrir mão da convivência com seus filhos e do desejo de realização pessoal. A cofundadora da marca Maternidade nas Empresas, Luciana Cattony, reforça o sentimento, destacando as habilidades que a maternidade lhe acrescentou: “A maternidade me tornou mais objetiva, mais focada e mostrou que, com um propósito maior, tudo fica mais leve. Muito mais do que uma mãe, me tornei uma líder.”
A chegada de um filho traz consigo transformações profundas na vida de uma mulher. As prioridades mudam, a rotina é ressignificada, e o desejo de oferecer o melhor para a criança estimula a criatividade e a busca por novas possibilidades. Muitas mães encontram no empreendedorismo uma forma de atender a essas demandas, criando negócios que não apenas gerem renda, mas que também ofereçam flexibilidade e propósito.
A maternidade também desperta nas mulheres habilidades que são altamente valorizadas no mundo dos negócios. Ser mãe exige organização, capacidade de resolver problemas, resiliência, empatia e uma enorme dose de criatividade – competências que podem ser facilmente traduzidas para o universo empresarial. Além disso, muitas mães empreendedoras se inspiram nas suas próprias experiências para identificar oportunidades de negócio, desenvolvendo produtos e serviços que atendam às necessidades de outras famílias.
Olha só o que Luciana disse que aprendeu com a maternidade. Se isso não é soft skills, eu não sei o que é:
“A maternidade me trouxe habilidades únicas. Eu aprendi a ler sinais do corpo, expressões e choros. Desenvolvi uma empatia mais profunda e me tornei mais sensível, com mais compaixão e humildade. Descobri a força da escuta ativa, ouvindo não só as palavras, mas também os silêncios. E busco aplicar isso no trabalho com ótimos resultados. Aprendi a planejar melhor, gerenciar meu tempo e priorizar o que realmente importa. Minha produtividade aumentou, e hoje celebro até as pequenas conquistas, na vida e no trabalho. Com meu filho, entendi o valor de uma rede de apoio; aprendi a delegar; aceitar ajuda e gerenciar recursos de forma prática e eficiente. Ele trouxe inspiração, inovação e me ensinou paciência, organização e confiança. Descobri que tudo tem seu tempo e que até os imprevistos ensinam.”
Mas, apesar das oportunidades, empreender durante a maternidade também apresenta desafios. Conciliar a gestão de um negócio com as demandas de cuidado com os filhos pode ser exaustivo, exigindo equilíbrio emocional e suporte adequado. Redes de apoio, como familiares, amigos e comunidades de empreendedores, tornam-se essenciais para ajudar essas mulheres a enfrentar os obstáculos e seguir em frente com seus projetos.
A Maternidade nas Empresas, da Luciana Cattony, é a combinação de experiências pessoais, acadêmicas, espirituais e vivência prática no mercado de trabalho. O start para o que um dia seria um ponto de fortalecimento para a representatividade feminina em cargos de liderança aconteceu depois que a família dela passou pela perda de uma bebê de um ano, filha de uma prima. “Quando cheguei do velório, bati na porta da agência (lugar em que trabalhava na época) e pedi demissão.”
Hoje Luciana luta pela equidade de gênero e pela valorização da parentalidade no universo corporativo. “Infelizmente, ainda existe uma visão limitada, que prevalece em diversas empresas, associando o papel feminino exclusivamente à família e ao lar, reforçando a noção equivocada de que o sucesso profissional compromete a maternidade. Esse discurso não só restringe as oportunidades de crescimento, como também perpetua a ideia de que a liderança é uma qualidade masculina, dificultando o avanço das mulheres em cargos executivos. Apesar disso, trabalhamos para mudar essa realidade e fazer com que empreender, parar de trabalhar ou continuar no emprego seja uma escolha consciente da mulher, e não uma falta de opção”, destaca.
O atual cenário do empreendedorismo
O avanço da tecnologia e o crescimento do e-commerce abriram novas portas para as mães empreendedoras, permitindo que muitas delas iniciem seus negócios a partir de casa. Plataformas digitais, redes sociais e marketplaces se tornaram aliados poderosos, oferecendo um alcance ampliado e custos mais acessíveis para quem está começando.
A maternidade também transforma a forma como muitas mulheres enxergam o sucesso. Mais do que lucros, as mães empreendedoras valorizam a possibilidade de criar um impacto positivo na sociedade e na vida de suas famílias. Elas estão na linha de frente de uma revolução silenciosa que redefine as relações de trabalho, mostrando que é possível ser mãe e empreendedora, sem que uma escolha precise anular a outra.
Assim, “nasce um bebê, nasce uma empreendedora” é mais do que uma frase: é um reflexo da força, da criatividade e da capacidade de reinvenção das mulheres. É a prova de que a maternidade pode ser um catalisador de mudanças, incentivando novas ideias, negócios e formas de viver que valorizem tanto o profissional quanto o pessoal. É uma nova maneira de olhar para o trabalho, para a família e para o mundo.
“Para as mães que querem empreender, mas têm medo de não dar conta de tudo, eu diria: a parentalidade não é um obstáculo, mas um impulso. Ela desenvolve habilidades essenciais para o empreendedorismo. Ao usar essas competências, você pode se tornar uma profissional ainda mais preparada e resiliente. Além disso, é importante lembrar que ninguém precisa fazer tudo sozinha. Construir e contar com uma rede de apoio – seja com a família, amigos ou até profissionais – é fundamental. O cuidado com os filhos não é apenas uma responsabilidade das mães, mas um projeto que envolve toda a sociedade”, finaliza Luciana.
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