Disciplina positiva: tudo o que você precisa saber

Qual a melhor abordagem para educar uma criança que tenha bons reflexos futuros?

Quem dera se cada criança viesse com um manual… Ou se pelo menos com algumas dicas de personalidade, assim saberíamos como lidar com um pouco mais de precisão (risos). Mas também não seria tão desafiador, não é mesmo? E qual é mesmo a graça de ser mãe (e pai também)?

Hoje em dia temos muitas informações, e tudo muito acessível. Além disso, também temos muitas possibilidades, muitas disciplinas, muitas psicologias. Como saber o que é certo ou o que é errado? Aliás, existe certo ou errado? Viram só, eu mal comecei esse texto e já enchi vocês de perguntas, quem dirá uma criança.

Eu, como mãe, acredito que existe o que se adapta melhor à nossa realidade e a cada criança.

Mas é difícil falarmos de psicologia e disciplina educativa sem citar a positiva, por exemplo, que está bastante em alta. Você já ouviu falar?

A disciplina positiva tem ganhado destaque entre mães e pais que desejam criar seus filhos com empatia, respeito e, ao mesmo tempo, estabelecer limites saudáveis. Mas como? 

Diferentemente de métodos baseados em punições ou permissividade, essa abordagem busca ensinar habilidades de vida e autocontrole por meio da conexão emocional e da orientação construtiva.

A disciplina positiva foi criada por Jane Nelsen e é um método educacional que combina firmeza e gentileza. A ideia central é que as crianças aprendem melhor quando se sentem conectadas, respeitadas e ouvidas. Em vez de focar em punições ou recompensas, o objetivo é ajudar os pequenos a desenvolverem competências como empatia, resolução de problemas e responsabilidade.

Mas, como tudo o que envolve a maternidade, os desafios existem para nos tirar do eixo ou dessa ideia central. O estouro, o estresse e a irritabilidade existem, afinal, também somos seres humanos. A diferença é que nós, mães, já somos crescidas e sabemos nomear os nossos sentimentos. Enquanto os pequenos estão começando essa longa caminhada.

Segundo a neuropsicóloga e psicóloga clínica Denise Ramos, tudo se torna mais difícil quando os pais não sabem controlar as suas próprias emoções, sentimentos e comportamentos. “Terem pleno conhecimento de si mesmos, seus limites, seus esquemas, saber o que é dele e o que é do outro ajuda a não agir de forma impulsiva ou agressiva quando são frustrados como pais”, analisa Denise.

Vantagens

Quando Jane Nelsen criou a disciplina positiva, ela acreditava que as vantagens desse formato de educação seriam:

  • Fortalecer o Vínculo Familiar: Ao evitar gritos e punições, o relacionamento entre pais e filhos se torna mais harmonioso.
  • Ensinar Habilidades para a Vida: As crianças aprendem a lidar com emoções, a respeitar limites e a resolver conflitos de forma assertiva.
  • Promover Autonomia: Em vez de temer punições, as crianças passam a agir por compreensão e senso de responsabilidade.

Principais princípios

Aqui temos alguns exemplos de princípios fundamentais da disciplina positiva que Nelsen sugere para aqueles que querem optar por adotar o formato:

  • Conexão antes da correção: Antes de corrigir um comportamento, é essencial conectar-se com a criança. Mostre que você entende os sentimentos dela.
  • Estabeleça limites com respeito: Diga “não” quando necessário, mas faça isso de maneira firme e gentil. Por exemplo: “Eu entendo que você quer brincar agora, mas é hora de guardar os brinquedos”.
  • Foque em soluções, não em punições: Em vez de punir, pergunte: “Como podemos resolver isso juntos?”.
  • Ensine pelo exemplo: As crianças aprendem observando os pais. Seja o modelo de comportamento que você deseja ver.
  • Incentive a autonomia: Apresente escolhas apropriadas à idade da criança para que ela se sinta parte das decisões.

Adotar a disciplina positiva exige paciência e consistência. A ideia é sempre criar um ambiente familiar mais tranquilo e colaborativo. Afinal, as crianças têm cinco necessidades básicas que não podem ser negligenciadas, segundo a psicóloga clínica Denise Ramos, pois podem gerar feridas emocionais que vão refletir na vida adulta. São elas:

  • Vínculo seguro com o outro, que gera estabilidade, aceitação e acalento.;
  • Autonomia, competência e sentido de identidade, que geram limites realistas e autocontrole.
  • Liberdade para a expressão válida de necessidades e emoções, que geram legitimidade e assertividade.
  • Espontaneidade e brincadeira com jogos de ação.

Algumas dicas

E para qualquer que seja a sua filosofia, alguns passos podem ajudar na educação da criança. Veja algumas dicas da neuropsicóloga e psicóloga clínica Denise Ramos:

  • Estabelecer regras claras e simples, que sejam compartilhadas com os cuidadores para garantir uniformidade na educação. Use lembretes visuais ou rotinas para ajudar na lembrança e no cumprimento.
  • Pratique a autoconsciência e técnicas de regulação emocional, como respiração profunda ou pausas antes de responder a um comportamento desafiador. Modelar um comportamento calmo é uma forma poderosa de ensinar. Lembre-se que o seu comportamento e a forma como você lida com os problemas são modelados pelos seus filhos.
  • Envolva as crianças na criação de regras e consequências, de formas adequadas à idade, para que se sintam valorizados e responsáveis. Reforce positivamente os comportamentos adequados.
  • Converse abertamente sobre objetivos e estratégias de disciplina, buscando alinhamento. Considere sessões com um terapeuta ou conselheiro familiar para mediar divergências, se necessário.
  • Priorize momentos de qualidade com os filhos, mesmo que curtos, e procure usar esses momentos para ensinar e reforçar comportamentos desejáveis.
  • Confie no seu conhecimento e aprendizado sobre os benefícios da disciplina positiva ou da abordagem escolhida. Eduque os outros sobre sua estratégia, quando apropriado, mas mantenha-se firme em sua decisão.
  • Use elogios específicos e recompensas simbólicas para reconhecer os esforços e avanços do seu filho. Isso incentiva a repetição de comportamentos desejáveis.
  • Ajuste suas expectativas de acordo com a idade e o estágio de desenvolvimento da criança. Tenha paciência e veja o progresso como um processo contínuo. Mesmo que seu filho pareça um adulto ele não é.
  • Pratique a escuta ativa e a comunicação assertiva. Use linguagem simples e exemplos concretos para ensinar comportamentos desejados, mas cuidado com a comparação.
  • Busque apoio profissional, como terapia ou grupos de apoio parental, para aprender estratégias de autocuidado e regulação emocional.

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